Portugal, séc. XIX. Afonso da Maia casa com Maria Eduarda Runa e deste casamento resulta Pedro, um rapaz nervoso e instável, super-protegido pela mãe. Ainda jovem, Pedro conhece Maria Monforte, por quem se apaixona e com quem casa, mesmo a contragosto da família. Da relação entre os dois nascem Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Alguns anos depois, Maria Monforte apaixona-se por um italiano e foge com ele para Itália, levando a filha consigo. Incapaz de lidar com a traição, Pedro, destroçado, comete suicídio. Carlos, ainda pequeno, cresce e é entregue aos cuidados do avô, com quem cria laços profundos. Passam-se vários anos. Carlos forma-se em Medicina pela Universidade de Coimbra e vai viver com o avô para Lisboa, na velha mansão dos Maia. Até que conhece Maria Eduarda, uma mulher bela e cheia de mistérios que acabou de chegar à capital. A paixão é recíproca e eles vivem, durante meses, um amor cego, não imaginando o terrível pecado que estão a cometer.
Chegou ao Cinema, por obra de João Botelho, uma das maiores obras de literatura portuguesa. Os Maias de Eça de Queirós, escrito à mais de um século, é ainda hoje estudado pelos alunos no 11º ano do Ensino Secundário Regular. Eu leio agora o livro, depois de ter visto a versão completa do filme, e acho que lhe está muito fiel. Claro que num filme é impossível demonstrar os detalhes da escrita romântica de Eça, mas toda a decorar dos cenários do filme é de um luxo esplêndido!
Este filme contou com uma estética que custou caro ao realizador, João Botelho, todos os cenários exteriores do filme são pinturas a óleo de João Queiroz. As cenas no Ramalhete, casa dos Maias, foi gravadas na Casa Veva de Lima, em Lisboa, sem muitas alterações na decoração que se adaptou perfeitamente ao descrito por Eça de Queirós sobre a casa.
A versão completa do filme de 3 horas foi apenas exibida no Cinema Ideal no Chiado em Lisboa, contudo a versão de 2 horas esteve em exibição em cinemas por todo e país e ainda em escolas e estará também nos cinemas brasileiros. Este ano a RTP, 2015, vai exibir o filme, que custo mais de um milhão de euros, numa mini-série.
Este é um dos filmes portugueses que mais espectadores teve no cinema, mesmo entre os jovens como auxilio ao estudo da obra ou até para poupar o trabalho de lê-la, apesar de o realizador ter admitido que preferia ter feito um filme de 20 horas... Os Maias são agora, para além de um marco na literatura, também um marco no cinema em Portugal.
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