O especial de hoje é com a Mónica Silva, do blog A Thousand Lives!
A Mónica deixa-nos um artigo muito interessante de se ler, e que mostra a delicadeza com que ela usa as palavras...
Este mês, como já devem saber o tema é...
Ler: Papel vs Digital
Será que os e-books vão conseguir substituir os livros em papel?
Deixo-vos com as palavras da blogger do A Thousand Lives...
A Evolução da Leitura
O mundo tecnológico é algo em permanente
mudança. Seria impossível refletir sobre o nosso passado e não constatar as
tremendas transições pelas quais atravessámos nas mais diversas áreas. E agora,
também na literatura. Com o advento dos e-books – esses misteriosos e
fascinantes livros em formato digital –, instalou-se uma polémica intensa sobre
a sua viabilidade para um leitor mais tradicional e a possibilidade de –
imaginem o sacrilégio! – substituir o livro em papel. Já muito se falou (e ainda
se fala) sobre este assunto, mas venho aqui pelo convite gentil da Maria,
relatar a minha experiência pessoal, de uma eterna defensora dos “verdadeiros
livros” que relutantemente cedeu à tentação e se converteu a este mundo
digital.
Tudo começou com a oferta generosa dos
meus queridos progenitores no Verão de 2012: um tablet novinho
em folha. Com o início do 3º ano de faculdade necessitava de algo mais prático
do que o meu portátil e o tablet cumpriria
esse objectivo Como é óbvio, não foi comprado com o objectivo de
ser um instrumento de leitura, mas assim que comecei a explorar as suas funcionalidades,
instalei as aplicações Kindle e Kobo e rapidamente me deliciei com a
possibilidade de aceder a tantos livros no dia-a-dia sem necessitar de arrastar
as minhas estantes comigo! Claro que não aconselho a compra de um tablet,
a não ser que pretendam um equipamento mais versátil para satisfazer outras
necessidades que não a leitura. Com o propósito da leitura existem os e-readers,
mais apropriados e acessíveis, com os quais não tenho muita experiência
portanto abstenho-me de comentar.
No início desta minha experiência
surgiram, como seria de esperar, as típicas dúvidas de uma leitora ávida,
habituada a folhear páginas e não a tatear um ecrã. Em primeiro lugar, receava
que ler num ecrã fosse cansativo. Na verdade, tenho a possibilidade de ajustar
a luminosidade e todas as características que quero para melhorar a minha
leitura. Não é a tortura de ler num computador, vos garanto.
Mas não é só isso que preocupa um
verdadeiro bookaholic! Então e o sentir o livro, folheá-lo,
cheirá-lo? Claro que com um e-book nunca será a mesma coisa.
Mas sejamos francos, o que é preferível: andar com um 1kg extra na mala a
entortar a coluna ou transportar um dispositivo com inúmeros livros à distância
de um clique? É impossível negar o aspecto prático desta tecnologia e
posso dizer que nesta área melhorou bastante o meu quotidiano.
No entanto, valerá realmente a pena
apostar em e-books, em detrimento dos livros em papel? Com a excepção de
alguns catálogos de livros gratuitos que disponibilizam as obras em domínio
público ou a infame opção não propriamente legal de procurar pela internet, nem
sempre a versão digital é muito mais barata que a versão impressa. Contrariando
a lógica do consumidor, poupa-se muito pouco ao apostar nos e-books,
o que evidentemente trará consequências na evolução deste ramo. Neste momento,
em Portugal, os e-books não são nem de perto nem de longe a
solução para o elevado preço dos livros. Ainda não consistem numa alternativa
assim tão favorável que permita substituir definitivamente o livro físico.
Acredito que muitos leitores prefiram pagar a diferença irrisória de custos
entre um livro em papel e um e-book, de forma a decorar as suas
estantes e não apenas receber um ficheiro digital.
Em suma, não concordo com as vozes
divergentes e extremistas que preveem quer o abandono total do livro físico,
quer a ineficácia dos dispositivos de leitura eletrónica. Acredito que os e-books/e-readers vieram
para ficar, mas não creio que ultrapassem as leituras físicas. No entanto, na
minha opinião o que importa para os verdadeiros amantes da literatura, não é se
o livro é de papel, mas sim o papel que o livro tem nas nossas vidas. E isso
nunca nenhuma tecnologia conseguirá mudar.
Mónica
Silva
Espero que tenham apreciado o
artigo!
Um grande obrigada à Mónica! E não percam
que dia 21 de Setembro vai sair mais um artigo, desta vez, conto com os
bloggers do Histórias Fantásticas! Não percam!
Boas leituras!
Agradeço-te mais uma vez, Maria, pela oportunidade!
ResponderEliminarE os meus parabéns a todos que têm contribuído para esta rubrica, está muito interessante :)