quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Será? #Especial2

O especial de hoje é com a Mónica Silva, do blog A Thousand Lives!
A Mónica deixa-nos um artigo muito interessante de se ler, e que mostra a delicadeza com que ela usa as palavras...
Este mês, como já devem saber o tema é...

Ler: Papel vs Digital

Será que os e-books vão conseguir substituir os livros em papel?

Deixo-vos com as palavras da blogger do A Thousand Lives...

A Evolução da Leitura

O mundo tecnológico é algo em permanente mudança. Seria impossível refletir sobre o nosso passado e não constatar as tremendas transições pelas quais atravessámos nas mais diversas áreas. E agora, também na literatura. Com o advento dos e-books – esses misteriosos e fascinantes livros em formato digital –, instalou-se uma polémica intensa sobre a sua viabilidade para um leitor mais tradicional e a possibilidade de – imaginem o sacrilégio! – substituir o livro em papel. Já muito se falou (e ainda se fala) sobre este assunto, mas venho aqui pelo convite gentil da Maria, relatar a minha experiência pessoal, de uma eterna defensora dos “verdadeiros livros” que relutantemente cedeu à tentação e se converteu a este mundo digital.

Tudo começou com a oferta generosa dos meus queridos progenitores no Verão de 2012: um tablet novinho em folha. Com o início do 3º ano de faculdade necessitava de algo mais prático do que o meu portátil e o tablet cumpriria esse objectivo  Como é óbvio, não foi comprado com o objectivo de ser um instrumento de leitura, mas assim que comecei a explorar as suas funcionalidades, instalei as aplicações Kindle e Kobo e rapidamente me deliciei com a possibilidade de aceder a tantos livros no dia-a-dia sem necessitar de arrastar as minhas estantes comigo! Claro que não aconselho a compra de um tablet, a não ser que pretendam um equipamento mais versátil para satisfazer outras necessidades que não a leitura. Com o propósito da leitura existem os e-readers, mais apropriados e acessíveis, com os quais não tenho muita experiência portanto abstenho-me de comentar.
No início desta minha experiência surgiram, como seria de esperar, as típicas dúvidas de uma leitora ávida, habituada a folhear páginas e não a tatear um ecrã. Em primeiro lugar, receava que ler num ecrã fosse cansativo. Na verdade, tenho a possibilidade de ajustar a luminosidade e todas as características que quero para melhorar a minha leitura. Não é a tortura de ler num computador, vos garanto.
Mas não é só isso que preocupa um verdadeiro bookaholic! Então e o sentir o livro, folheá-lo, cheirá-lo? Claro que com um e-book nunca será a mesma coisa. Mas sejamos francos, o que é preferível: andar com um 1kg extra na mala a entortar a coluna ou transportar um dispositivo com inúmeros livros à distância de um clique? É impossível negar o aspecto prático desta tecnologia e posso dizer que nesta área melhorou bastante o meu quotidiano.

No entanto, valerá realmente a pena apostar em e-books, em detrimento dos livros em papel? Com a excepção de alguns catálogos de livros gratuitos que disponibilizam as obras em domínio público ou a infame opção não propriamente legal de procurar pela internet, nem sempre a versão digital é muito mais barata que a versão impressa. Contrariando a lógica do consumidor, poupa-se muito pouco ao apostar nos e-books, o que evidentemente trará consequências na evolução deste ramo. Neste momento, em Portugal, os e-books não são nem de perto nem de longe a solução para o elevado preço dos livros. Ainda não consistem numa alternativa assim tão favorável que permita substituir definitivamente o livro físico. Acredito que muitos leitores prefiram pagar a diferença irrisória de custos entre um livro em papel e um e-book, de forma a decorar as suas estantes e não apenas receber um ficheiro digital.

Em suma, não concordo com as vozes divergentes e extremistas que preveem quer o abandono total do livro físico, quer a ineficácia dos dispositivos de leitura eletrónica. Acredito que os e-books/e-readers vieram para ficar, mas não creio que ultrapassem as leituras físicas. No entanto, na minha opinião o que importa para os verdadeiros amantes da literatura, não é se o livro é de papel, mas sim o papel que o livro tem nas nossas vidas. E isso nunca nenhuma tecnologia conseguirá mudar.

Mónica Silva

Espero que tenham apreciado o artigo! 
Um grande obrigada à Mónica! E não percam que dia 21 de Setembro vai sair mais um artigo, desta vez, conto com os bloggers do Histórias Fantásticas! Não percam!

Boas leituras!

1 comentário:

  1. Agradeço-te mais uma vez, Maria, pela oportunidade!
    E os meus parabéns a todos que têm contribuído para esta rubrica, está muito interessante :)

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